terça-feira, 19 de junho de 2012

PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS ACERCA DAS TURMAS EM SALINÓPOLIS




TURMA I (8:30 ÀS 10:30).

É uma turma muito numerosa, assídua, interessada, presta atenção à aula como bons ouvintes, embora sejam pouco participativos quanto a questionarem alguma coisa. Apresentam-se um tanto inexperientes, contudo são educados. Não questionam nada. A aula corre tranquila e eu como instrutora me sinto muito a vontade e relaxada com essa turma, acredito que a qualidade de minha aula é excelente nesse horário por ser cedo e eu estar bastante descansada. Não é difícil manter o entusiasmo nesta turma, eles sorriem bastante de algumas coisas engraçadas que falo. De nada reclamam, muito menos da temperatura do ar condicionado. Tudo, de certo modo, coopera. Parecem compreender com propriedade o assunto.

TURMA II (14:00 ÀS 16:00).
Nesta turma encontramos um público mais maduro e mais experiente, alguns já trabalham com algum serviço indireto gerado pelo turismo, como por exemplo, uma jovem senhora que é garçonete. Sinto que após o almoço tudo fica um pouco mais pesado, o calor é intenso lá fora e por conta disso toma-se mais água, a garganta fica seca. O canto onde o instrutor fica não alcança temperatura do ar condicionado, alguns alunos, que sentam no meio, na direção da central de ar, já começam a reclamar que a sala está fria demais. É um tal de pegar no controle remoto da central para alterar a temperatura que só vendo. Nesta turma encontram-se alguns alunos que gostam de falar, expor suas opiniões, contudo, de maneira tímida. São relativamente risonhos ao ouvirem uma brincadeira do instrutor. Temos uma aluna que possui curso superior em Designer. São alunos que questionam de forma leve, nada agressiva. A sede é tanta que dá vontade de tomar uns três copos de água...

TURMA III (16:00 ÀS 18:00).

É incrivelmente cansativo para o instrutor sair da segunda turma e pegar logo esta turma. O cansaço e o esgotamento só não são totalmente visíveis porque a maquiagem é bem feita rsrsr. Esta turma é a mais questionadora, fazem perguntas acerca das situações do dia a dia do GARÇOM, por exemplo. Pois tem um aluno na sala que é garçom profissional, mas, ele é bastante jovem, entretanto, me pareceu bastante profissional e competente também. Ele trabalha pela manhã, à tarde e a noite, me pareceu que gosta do faz e relatou que dorme à uma hora da manhã.
Esta turma é bastante bagaceira, sinto que tenho que utilizar toda a minha psicologia com eles. Ao mesmo tempo em que são brincalhões são também questionadores e podem, até mesmo, sem maldade querer enrolar o instrutor.
Com estes escritos estou tentando observar e analisar o perfil psicológico de cada turma. No inicio poderíamos, a primeira vista ter a impressão que esta turma é uma turma “problema”, mas, não devemos pensar assim, devemos sim contornar essas situações a favor do professor (instrutor). Eles gostam muito de falar e temos que pegar as falas deles e jogar a nossa explicação em cima. Por conta dessa interação a aula sempre se estende por mais de 20 minutos e torna-se mais longa. Dá vontade de tomar um litro de água. Eles reclamam demais da temperatura da central de ar condicionado. Por conta disso, a todo o momento tem que elevar a temperatura da sala. Como no lugar em que o professor fica não pega ar gelado, a temperatura não atinge àquele canto, o calor fica cada vez mais intenso.
 Eles são bastante interessados e chegam cedo, são acima de tudo pontuais. Eu dei a eles a MINHA receita de Alexander e eles questionaram que não era igual a que eles conheciam...

 TURMA IV (18:00 ÁS 20:00).

Esta turma é composta de muitos estudantes e de pessoas antenadas, muitos deles saem de outro curso e vão para este em que estou ministrando. No primeiro dia de minha aula caiu um enorme pé d’água e por conta disso todos foram a favor que a aula começasse às 19 horas. Era como se eles se preocupassem uns com os outros, achei legal o espírito de união. Mas isso fez com que eles cheguem sempre atrasados e a aula está sempre começando as 19. Eles são muito inteligentes, quase não fazem perguntas, sinto que eles gostam da aula corrida a fim de que acabe cedo, muitos moram longe e querem logo chegar em casa. O meu calor passa um pouco, tomo água...
Eles quase não acham graça quando eu falo alguma piadinha... Sinto que corro com a aula, explico bem, porém, rápido. Preocupo-me a todo o momento se eles estão entendendo ou não, se está rápido, se está bom... Questiono isso com eles... Eles sempre falam que está bom, o nível da turma é bom. Vi o caderno de uma aluna e ela tem a letra muito boa....Quando acaba a aula eles somem rapidinho, sempre acaba as 21 horas.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Minha Graduação x Descontentamento



Bem, desde menina sempre gostei muitíssimo de estudar, enquanto as crianças de minha idade iam empurradas para a escola eu ia feliz da vida. Sonhava em ser uma pessoa independente, possuir uma profissão, galgar mercado de trabalho e quando alguém me perguntava o que eu queria ser na vida, vinha logo logo a resposta: “professora”...
Por causa do casamento e filhos e tantas outras coisas que vieram primeiro o sonho da faculdade foi se distanciando cada vez mais e depois de tantas algúrias em minha vida, em 2008 eu passei no vestibular da Faculdade de Belém - FABEL para o curso de Turismo. Foi simplesmente, maravilhoso, até mesmo as desavenças dos colegas e para com os colegas, os trabalhos em equipe, os mestres, as viagens que fizemos a trabalho, tudo foi muito bom e proveitoso. Acostumei a dormir muito tarde por causa dos extensos trabalhos, tenho muita produção acadêmica arquivada, tirei 10 em diversas provas, conclui com êxito o curso e ganhei a amizade e o respeito de meus professores. Eu tinha acabado de perder meu pai, estava sem perspectiva de vida, tinha acabado de perder o meu comércio que fora o ramo em que trabalhamos eu e meu marido por mais de 20 anos... Mas, Deus foi supimpa, maravilhoso, extraordinário e me proporcionou aquilo que eu mais queria na minha vida: possuir um curso superior.
Nesses 4 anos de curso muita coisa boa aconteceu, eu amei cada momento, tudo de bom que aconteceu foi no campo de meu crescimento pessoal. Amei cada trabalho, ficava horas digitando trabalhos com mais de 80 laudas, os trabalhos em equipe eu fazia de “EUQUIPE” alguns conquistaram notas boas as minhas custas (estou falando sem falsa modéstia, mas, havia muita gente boa)... Não que eu soubesse sempre tudo, não era isso, apenas me dedicava...
No decorrer desse curso, muitas vezes ficávamos apenas três pessoas em minha casa, eu e duas filhas e o serviço doméstico era pouco e ia dando para conciliar tudo...
Participei de mais de 500 horas de palestras para compor carga horária de atividades complementares, li pilhas de papeis, mas, nada disso foi chato para mim, muito pelo contrário, me sentia jovem e feliz. Para vcs terem uma ideia a minha roupa é sempre a mesma e quando eu ia para a faculdade eu me sentia mais bonita rsrsr...Parece coisa de louco, não parece? Rrsrsr!!
A todo custo eu tentava me enganar que eu queria somente o diploma, minha formatura foi no dia 04 de fevereiro deste ano, enquanto estávamos nos preparativos estava tudo bem, depois que aconteceu dei uma relaxada porque queria descansar, mas, algo me dizia que eu deveria enfrentar logo uma Pós Graduação enquanto o negócio estava quente para não esmorecer, v entendem?
Lá pelo quase finalzinho de curso uma colega que foi presidente do Sindicato das Domésticas em nosso estado me convidou para ser instrutora em um curso de Cozinheiro, todavia, as primeiras 100 horas eram aulas teóricas acerca de vários temas diferentes, como por exemplo: Lei Maria da Penha; temas transversais; Relações Interpessoais; Meio Ambiente; O Trabalho escravo no Brasil; DSTs e muitos outros... Foi um programa do governo e a instrutora tinha que seguir a apostila ofertada pelo MTE e Planseq... Bem, vcs não imaginam como foi maravilhoso, as alunas me chamavam de “Professora Patrícia”, os meus olhos enchiam de lágrimas de tanta felicidade e ainda enchem quando conto essa história a alguém, eu realizei um grande e inatingível sonho.
Depois, eu comecei a perceber que a minha área de turismo era muito técnica e que não combinava com o meu perfil, mas gostava do curso e não podia e eu nem queria mudar, pois, já estava para terminar. O que combinava mesmo comigo era sala de aula. As alunas gostaram tanto de mim que até hoje me mandam mensagens via celular, me encheram de presentes e, ainda teve outras instrutoras que ficaram meio indiferentes comigo por causa das alunas elogiarem as minhas aulas pelos corredores do Benjamim Constant, esse projeto foi realizado lá...
A pessoa que me colocou no projeto pegou os meus documentos e me colocou nessa. E dessa maneira, eu ainda não encontrei o “caminho das pedras” para me colocar no mercada sozinha. Eu gosto de verdade muito dela.
Depois, tomei conhecimento que mesmo na minha área eu poderia rumar pelo caminho da instrutoria e monitoria, fiz até um curso no SEBRAE/PA que essa dita colega me orientou, entretanto, enfrento um problema: NÃO SEI COMO ME COLOCAR EM MERCADO DE TRABALHO... Fico triste porque tudo é pistolão, amizade e coisas arranjadas, não somos uma família com muitos amigos nessas áreas, fomos comerciantes, portanto, nossos amigos são outros...Eu que pensava que ia me satisfazer somente com o diploma, pura ilusão, sinto minha vida vazia, não é falta do que fazer não, atividades existem, e muitas, mas, não são prazerosas como as que eu praticava na época da faculdade...
Tenho algumas “DOENÇAS” que aparecem de acordo com o meu estado de espírito, sei que ando atacada delas, são ditas “doenças emocionais”, tudo bem que o Esporão de Calcâneo está inflamado há quase três anos, mas, além dele eu sinto-me muito mal, dores pelo corpo todo e uma grande insatisfação. Posso fazer mil coisas no dia: artesanatos, comidas, saídas e um monte outras coisas, gosto de tudo isso, mas, acredito que só isso é pouquíssimo, não quero só isso...
Preciso ter uma ocupação profissional que me satisfaça e que me renda algum valor financeiro. Este último é importante, mas não é tudo.  Não passamos fome, temos tudo como uma família de classe média, somos simples e o fato de querer galgar um patamar profissional é meramente do ponto de vista de realização profissional, é importante para eu me sentir feliz,  gosto de me sentir útil e ao mesmo tempo possuir uma renda oriundo disso.
 Quando aprendemos algo não devemos querer aquilo somente para nós, temos que compartilhar o que sabemos. Eu ando angustiada por não estar exercendo a minha profissão, afinal foram 4 anos de gastos e estudos. Para mim somente possuir o diploma não tem sentido. O sentido maravilhoso de tudo isso é compartilhar o que foi aprendido e isso eu não estou fazendo e me consumo com isso. Encontrei uma amiga no Líder que já está se aposentando e ela me disse essas palavras... Todos têm necessidade de compartilhar o que SABEM, e isso é verdade. No meu caso, só quero trabalhar se o ramo for instrutoria/monitoria, é o que eu gosto! Mas, enquanto não vem, faço essas coisinhas do cotidiano... Se um dia vier foi à vontade de Deus e se não vier à mesma coisa.
Entretanto, fico triste, deixo a peteca cair, sinto dores, me martirizo, não sei onde buscar o que quero, não tenho amizades que me coloquem lá onde quero... E por ai vai o meu descontentamento...

SERÁ QUE VCS PODEM ENTENDER E AJUDAR...?


sábado, 19 de maio de 2012

Texto escrito e lido na Aula da Saudade

Aconteceu a leitura deste texto em 06/12/2011, por ocasião da Aula da Saudade da turma 8 TUN1.



Tudo começou assim:

...Era tudo novidade, um desafio a vencer, uma luta travada conosco mesmos. A cada dificuldade encontrada pelo árduo caminho, fazíamos da fraqueza força, como dizem os antigos... Força para vencer e vencer sempre mais uma batalha...
Noites e noites de pouquíssimas horas de sono, noites solitárias cujo único companheiro era o silêncio da madrugada, o ruído do ventilador e a claridade da lâmpada do abajur...
Quantas palavras escritas... Quanta produção acadêmica dentro de um período de quatro anos... Sem dúvida um período paradoxo onde se alterna momentos em que estamos rodeados de pessoas com outros, indiscutivelmente, solitários passados diante da tela fria do computador...
É nesse momento que se questiona, que se conversa com os teóricos, que se descobre significativos nomes nos meios científicos... Descobre-se um mundo de citações que cabem adequadamente em cada setor de nossa humilde vida.
E as viagens realizadas no decorrer do curso, com toda certeza inesquecíveis por causa de cada cultura vivenciada, por causa da integração com os colegas. Se pode pronunciar que estivemos por quatro anos vivendo momentos com nossa família universitária.
É chegada a hora que vamos colher as glórias deste investimento econômico e pessoal, o dia tão sonhado, o dia da formatura.
Para isso, precisa-se passar pelo TCC, o bicho papão de todo acadêmico... Na verdade, para àqueles acostumados com os períodos solitários de reclusão diante da tela fria do companheiro inseparável que é o computador, pela madrugada adentro é apenas mais um enorme desafio.
Desafio que uma vez realizado se constitui em uma conquista suprema, opinião relatada, em se tratando de produção textual acadêmica, entretanto, um pensamento teima em rondar: de que vai adiantar tudo isso agora? Tudo se acabou, os quatro anos se passaram velozes tanto quanto a instantaneidade de uma mensagem em mídia eletrônica, além do mais a posse do diploma não é certeza do emprego para todos, contudo, fica a satisfação no plano pessoal... Pois, entende-se que houve aprendizados relevantes que levaremos para os restos de nossas vidas.
O aprendizado decorreu do conhecimento oriundo da interação com cada colega e cada docente decorrer da jornada.
Às vezes pensamos que nada sabemos, mas de repente uma situação inusitada nos expõe e lá teremos que responder a altura, então, nos deparamos aplicando métodos e técnicas do processo sistemático ou não aprendidos na academia.
Até aqui fomos uma família, daquelas que desentendem, briga, discute, entretanto, se amam e se unem em face de um desafio formando uma unidade homogênea para vencer a luta.
Agora, com o final do curso estaremos separados fisicamente, porém, teremos laços atados fazendo a trajetória de nossa história que começou na Faculdade de Belém – FABEL, em 2008 e que neste momento chega ao fim.
Foi muito bom estar com todos, agradecemos os momentos vividos e a partir daqui cada um segue o seu caminho levando na bagagem e no anfiteatro de suas mentes a firme convicção de que se todos chegaram até aqui fora por causa de um esforço conjunto.






Muito obrigada!
Carinhosamente,

Patrícia Ventura.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O AUTO DO CÍRIO


O objeto de pesquisa para a realização deste trabalho foi o Auto do Círio, o qual se observa de grande relevância para a cultura do povo paraense e a fim de fundamentar e ilustrar este trabalho, comprovando a importância do evento para o povo, vê-se a necessidade de inserir algumas entrevistas e fotos realizadas no dia 10/10/2008, na Praça do Carmo, local onde deu inicio o cortejo.


 Maurício Souza dos Santos com a equipe do Curso de Turismo da Fabel em entrevista com os acadêmicos.

O Auto do Círio acontece na sexta-feira que antecede o domingo do Círio, foi criado pelo Núcleo de arte (Nuar) da UFPA em 1993, este ano seria a 15º edição do espetáculo se o mesmo tivesse ocorrido em outubro de 2006, mas, por falta da confirmação de patrocínio em tempo hábil, o coordenador professor Miguel Santa Brígida há 12 anos como diretor do espetáculo cancelou a apresentação em 2006.
          O Auto do Círio acontecesse no bairro da Cidade Velha, o critério de escolha do local a ser encenado o espetáculo foi objetivando resgatar a importância histórica devido a revitalização do Centro Histórico da Cidade Velha, além de agregar valor histórico, o manifesto cultural é uma maneira alegre de saudar e prestigiar a Virgem de Nazaré, pela ocasião de seu Círio.O cortejo popular reuni 500 atores, profissionais e amadores que apresentam um espetáculo dividido em 5 atos: Dança, Música, Teatro, Cultura Popular e Apoteose, misturando o erudito, o popular, o folclórico e o carnavalesco.  
          O primeiro Auto do Círio aconteceu em 1993 foi coordenado por Amir Hadad, este foi responsável pela direção do espetáculo até 1995, quando, no ano seguinte foi substituído por Miguel santa Brígida, que está até os presentes dias como coordenador do evento.
          Em 2003 por ocasião da comemoração de 10 anos de espetáculo, o Auto do Círio ganhou projeção nacional e adesão de grande número de artistas cênicos brasileiros.
          Para logo em seguida, bem como, o próprio Círio e a Romaria Fluvial, o Auto do Círio, ser reconhecido como patrimônio imaterial, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAM) no ano de 2004 e nesse mesmo ano a Escola de Samba Viradouro, no Rio de Janeiro, homenageou o Círio de Nazaré.
Em 2005 reuniu um público de 5.000 pessoas, ganhou dimensão dentro e fora da UFPA. No ano seguinte, 2006, por falta da confirmação de patrocínio em tempo apropriado houve o cancelamento do espetáculo. O patrocínio se faz indispensável devido ao implante de complexas infra-estruturas técnicas, no que diz respeito a palcos, sons, luzes, arquibancadas, sistema de microfones e outros.
          Em 2007, a manifestação cultural foi à rua explorando temas Afros relacionados a Orixás e entidades negras, carnaval e samba.
          Este ano, 2008, o tema é “Por uma Belém de Paz”, segundo o Diretor-coordenador do espetáculo o tema faz alusão a crescente violência que vem aumentando na capital paraense.
          Um fato de extrema particularidade observado em pesquisas e mesmo em entrevista com alguns participantes da festa é que os próprios atores confeccionam seus figurinos sob supervisão da coordenação e ainda tem pessoas que participam com intuito de pagamento de promessas a Santa.
          De ano para ano surgem inovações, em 2005 houve a participação de Fafá de Belém e Natal Silva, em 2007, celebrações referentes aos africanos e afro-brasileiros e este ano a homenagem final prevê um show pirotécnico com apresentação da Escola de Samba Tradição Romaense, além da presença de Dominguinhos do Estácio, considerado “padrinho” do Auto.
          O Cortejo Popular conta com uma platéia ambulante que reuni todas as classes sociais, o publico cresce anualmente, mesmo sendo uma festa profana se faz presente o apoio da Igreja e da população católica ou não, é o que relata o professor Santa Brígida.
A professora Ana Seixas Lourenço, participante a quatro anos do Auto do Círio conta em reportagem que se surpreendeu com a dimensão de transformação do Auto do Círio, tornando-se este identidade do povo paraense. Ana também comenta que sua mãe e irmã moram em São Paulo virão para prestigiar a festividade. A vinda de pessoas de outras localidades com intenção de prestigiar o Círio ou as festas que o precede é um forte fator contribuinte para o fomento do turismo na capital paraense, mesmo sendo o Círio algo que movimente a economia da cidade em um período sazonal, acredita-se que o caminho para o desenvolvimento turístico, já esteve muito mais inatingível. Além do que, Belém conta com a hospitalidade de seu povo, beleza de patrimônio histórico e cultural, e peculiaridades próprias da culinária, todos estes fatores positivos propiciam para que o turismo seja alavancado, porém, esbarra-se em fatores negativos como a falta de segurança, sinalização e limpeza que contribuem para denegrir a imagem de Belém.
Acredita-se que através de estratégias para o fomento do turismo associados às forças dos órgãos competentes do setor publico em nível estadual e municipal e ainda contando com parcerias de instituições privadas pode-se impulsionar a economia local dentro da área do turismo, em principio, timidamente, pois os aspectos negativos de difícil solução são muitos, a exemplo, cita-se, o transito caótico, a falta de estacionamento, segurança e serviços sociais, que ainda apresentam falhas crônicas se constituindo fatores limitadores do turismo em Belém. Este fato se contrapõe com magníficas potencialidades que a cidade apresenta que a torna exótica em relação a outras capitais brasileiras, tais como: a natureza, praias de água doce, folclore, cultura e culinária.
Jamil Mouzinho, 42 anos, produtor cultural artístico, trabalha para o evento acontecer, ele diz que o Auto é uma manifestação artística que reuni fé alegria e carnaval, os próprios atores montam seus figurinos de acordo com a orientação da coordenação; cada ator ou atriz arca com as despesas e custos de suas fantasias e muitos materiais são reaproveitados e reciclados para a confecção de peças, adereços e figurinos em geral. Jamil falou também que ainda não conseguiram conscientizar a iniciativa privada para ajudar no patrocínio, pois este provém do Estado e da prefeitura, porém, é insuficiente para suprir o potencial do evento.
          Maurício Souza dos Santos, conta que é o segundo ano de sua participação no evento, este ano (2008) sua fantasia chama-se “A Pomba da Paz.” Maurício diz que o Auto do Círio é uma manifestação cultural de muita alegria, numa mistura de profano e religioso, cresce a cada ano e para ele é uma prévia do carnaval, na vida dele os dois eventos emendam como extensão um do outro.
Thompson Alvarenga Prado, 27 anos, professor de espanhol, ator, atuando pela primeira vez no Auto do Círio, porém já atuou em outros trabalhos, sua fantasia é denominada de Cravo, que faz parceria com a rosa, numa semelhança com Romeu e Julieta.
          Juliani, 17 anos estudante de Jornalismo da FEAPA, relata que o Auto é visto por dois seguimentos da população, o primeiro tem noção que o evento é um patrimônio imaterial e outra boa parte da população participa apenas para brincar, ela considera o espetáculo uma programação pré-círio tendo grande relevância para o fomento do turismo na cidade, porém, considera o evento pouco divulgado e por isso passa pelos olhos do turista como apenas mais um carnaval e sabe-se que não é isso, é um evento altamente cultural.



sexta-feira, 4 de maio de 2012

Pedir um favor: daria uma enquete

Foto da Internet preparada no Photoscape por Patrícia Ventura com frase do Colunista paraense Pierre.

Confesso que estou meio perdida para escrever este texto, sei o que quero dizer, mas, não quero colocar de qualquer maneira, há dias enquanto dirigia pensava nessa foto logo acima e sabia o que realmente queria dizer neste texto, entretanto, ao chegar perto da folha de papel do Word as palavras engatam na garganta.
Mas, vamos por parte, durante minha infância fui criada de um modo a não ter que pedir nada a ninguém, isto estava explícito na minha educação, naquela época fazer isso era como se a criança chamasse um palavrão ou fizesse algo muito errado.
Até, os meus 19 anos convivi diariamente com esse exemplo de atitude, achando que realmente isto era o certo, porém, depois dessa idade fui levar outro tipo de vida, novo endereço, marido, novos vizinhos, novo bairro e novos parâmetros socioculturais, novas amizades e essa gama de variáveis serviram para me mostrar nuances de estilos diferentes de vida.
Mas o que era diferente? Eu tinha vizinhos que me pediam até mesmo o café da manhã, claro que servir todos os dias era bastante desagradável, mas, com o passar dos anos muitos de meus vizinhos também me serviram. O mais interessante de tudo isso é que segundo a minha criação eu jamais iria pedir algo aos meus vizinhos, o cara de pau era o meu marido, era como se houvesse uma barreira dentro de mim.
Tudo é construção e ao longo do caminho fui construindo uma trajetória e sempre colocando um tijolinho na obra de minha estrutura psíquica e emocional e me formando como gente, como ser humano, isto se chama evolução. De repente eu já me atrevia a pedir uma coisinha aqui, outra ali. Vamos ver se lembro de algum pedido para exemplificar: eu cozinhava bastante e sempre que faltava uma cebola, por exemplo, eu pedia para minha vizinha Lourdes, uma pessoa do povo, humilde, mas, muito boa de coração; pedia também a batedeira de bolo dela e os pedidos permeavam sempre no ramo da culinária.
Um dia estava dentro de um estacionamento, na área do comércio, isso foi em 2007, logo no inicio do ano e na hora de pagar eu não tinha nenhum tostão furado, mas tinha em minha bolsa três vales transportes e então, me enchi de coragem e fiz negócio lá com os vales e tudo deu certo, paguei com os vales a estada de meu carro no estacionamento. Eita, esse dia foi o bicho, eu estava dirigindo somente há três anos e o estacionamento cheio de curvas fechadas e altitudes, realmente estava com muito medo e agora ao lembrar vejo o quanto eu aprendi e agradeço a Deus por isso.
Bem, na arte de “pedir”, confesso que sou muito metódica e sempre começo “comendo pelas beiradas”, com muita “dança de rato” e “sapateado de catita”, ao passo que observo pessoas que tem a “boca mole” para pedir. Lembram quando falei de enquete, lá no título deste texto? Pois é, gostaria que os leitores lessem o texto em sua totalidade e opinassem, dessem o seu parecer, com certeza que a opinião sincera de cada pessoa que quiser demonstrá-la me ajudará a construir reparos dentro de mim com relação a este assunto.
Ainda quero compartilhar mais uma situação envolvendo a “arte de pedir”: passei quatro rápidos anos na faculdade e se faltei quatro vezes foi muito, lá aprendi  a conhecer o ser humano como sempre digo. Uma das vezes que faltei foi por chegar tarde e não ter vaga para o meu carro e as outras não lembro, só sei dizer que por doença não foi. Nesses quatro anos aproveitava para adoecer nas férias rsrs, verdade mesmo, só acontecia nas férias, que bom. Acho que o cérebro já estava programado para isso acontecer.
Todavia, eu entrava em desespero para pedir as aulas para os meus colegas, a verdade é que eles falavam e eu não entendia e para emprestarem cadernos eles faziam “cú doce” e eu me sentia muito humilhada e infeliz. Mas quando era para eu emprestar eles iam pedindo e logo com jeitinho tiravam o caderno das minhas mãos, eu não faço isso. E o meu cuidado em pedir, a maneira metódica de ser só fazia com eles ficassem cada vez mais difíceis e colocassem muitos obstáculos.
Só que um dia a minha colega de trabalhos, costumávamos dizer “a minha dupla” me disse que eu deveria trabalhar isso em minha pessoa, ela disse: “você não pede Pat, como é que vamos saber que você quer”, o pior que quando eu pedia sempre encontrava um NÃO pela frente ou “caras e bocas” ou pessoas descontentes ou dizendo que SIM, porém dificultando o processo do empréstimo do caderno ou similar.
Égua dá até para pensar que o problema está em mim... Sei que em parte sim. Mas daí vivi outras situações: estagiei em uma empresa de eventos de uma professora que ministrava aulas em nossa turma. Um dia, ela me disse em conversa que eu era muito boazinha e que eu tinha que aprender a ligar o “botão do foda-se”. Hoje vejo a importância de cada professor, de cada mestre que tive... E ela como boa geminiana só aconselhava a “chutar o pau da barraca”... Sei que às vezes é preciso, mesmo.
Para fechar digo que tenho uma família muito pequena, sempre que posso faço o que todos me pedem, se não posso naquele momento arranjo um esquema e faço num momento que não agrida os meus afazeres, só quero que as pessoas me procurem com uma ligeira antecedência para que eu me organize. Mas vejo que o problema do PEDIR ainda está encravado na minha família como algo mau e ruim. Sempre que peço algo a eles ou fazem falando ou não fazem e eu me sinto humilhada.
Não adianta se chegar com boas maneiras, há sempre uma frase mal dita ou chaveco e aí eu me pergunto como trabalhar o ato de pedir em mim (como disse minha colega), se ao pedir eu já encontro empecilhos? Ainda para minha maior agonia sai essa frase que está escrita sobre a foto no jornal do dia 15/04/12 do colunista Pierre.
Fica o dito, opinem por favor, digam o que lhe parece...


sábado, 7 de abril de 2012

INQUIETUDES DA VIDA

Eu confesso que depois do dia 12/12/2011, quando apresentei o meu TCC este é o texto mais longo que escrevi. Sim, tenho atualizado o outro blog, mas para mim aqueles textos não contam, são pequenos textos em que muitas vezes não me preocupo muito com sua escrita, como por exemplo, com erros de digitação ou até mesmo erros ortográficos, levo o outro blog mais na brincadeira, como se fosse o meu hobby, o meu tira stress. Este texto é um texto diferente daqueles que escrevo para o escorpianapat. blogspot. com, este texto se assemelha aos textos que costumo escrever para o Recanto das Letras, entretanto, primeiro publiquei-o aqui...

EIS O TEXTO:
Inquietudes da vida


Quase sempre pela ação de outras pessoas estudamos e analisamos as nossas. Ao longo desta minha vida tenho amigos que são muito diferentes de mim. Aliás, a vida com toda certeza seria sem graça se todos fossem iguais. Claro que as diferenças são saudáveis, ao nos confrontarmos com as diferenças podemos questionar quem realmente somos o que queremos da vida, podemos enfim, nos confrontar com hemisférios diferenciados dos nossos, a fim de que possamos discernir sobre o que queremos e, principalmente, saber quem somos...

Fui uma criança e posterior adolescente que não tive tudo que quis, entretanto, nunca me faltou nada, principalmente alimentação que é a coisa que mais prezo. Todavia, cresci e como não tinha tido certas coisas que queria quando alguém me oferecia algo perto do “bom”, ou melhor, dizendo, quando alguém fazia algo para mim aproximado do ideal, sempre pensava que aquela pessoa não tinha obrigação de fazer aquilo e se estava fazendo, eu procurava aceitar aquilo com ideal.

Entretanto, essa postura diante das circunstâncias da vida não me deu o devido poder de criticidade que eu precisava para viver neste mundo. De repente, até me deu e eu não percebi. Ah, já sei, me deu sim, só que eu tinha medo de ofender as pessoas, magoar, colocar minhas opiniões, ou seja, falta de coragem para avançar e manifestar minhas verdadeiras opiniões.

Um dia na faculdade, na “bendita faculdade”, estávamos fazendo um trabalho em equipe, era um trabalho acerca de Bragança – PA, houve várias visitas técnicas in loco, conhecemos como vivia aquela população local, tiramos fotos dos mangues, passeamos, anotamos tudo, cada palavra dita por pessoas do local. Ah, no momento das fotos todos os sete integrantes da equipe queriam estar bonitos e presentes, parecia que tudo era festa... E eu com essa feliz mania de anotar tudo não perdia cada palavra, anotava até mesmo aquilo que desconhecia...

Anotei a entrevista que o Pe. Nelson, muito amável, nos concedeu, anotei tudo o que foi falado nas comunidades onde era produzido o artesanato bragantino.... Neste texto não há interesse que eu relate estas coisas, entretanto, eu queria escrever um texto solto, não queria me amarrar a nada, a imaginação foi fluindo e eu só parava de escrever quando percebia um erro ortográfico ou de digitação. Eh tenho essa mania...

Bem, dos sete integrantes da equipe pelo menos quatro participaram ativamente, ou seja, não me deixaram sozinha, não escreveram o trabalho, mas, estavam sempre por perto, nem que fosse apenas para colaborar com a merenda, ajeitar as fotos no Word que é um grande saco, manifestar opiniões construtivas, ler e reler o trabalho para identificar possíveis erros, amo quem faz isso e realmente quatro colegas foram incansáveis nessa empreitada.

Todavia, o trabalho foi concluído com 80 laudas, ou páginas, como queira chamar, sabe o ser humano é vaidoso e eu não fujo a regra: eu pari estas 80 laudas, sim, eu escrevi sozinha, sempre com meus 4 incansáveis colegas, mas, a munheca no PC era a minha e mesmo quando os colegas se iam eu varava madrugada adentro em nome deste trabalho de BRAGANÇA, tenho até um certo ciúme dele rsrsr!

Quando este “Filho” estava quase pronto para vir ao mundo uma colega remanescente daquelas três que não produziram nada, mas que estavam em todas as fotos, rsrsr (ai como eu sou venenosa rsrsr), me apareceu com um parágrafozinho de pouquíssimas linhas, o que ela queria dizer estava certíssimo com relação ao nosso estudo, todavia, estava escrito tudo errado, com gravíssimos erros ortográficos da Língua Portuguesa.

Ai meu Deus, como eu ia dizer aquilo sem machucar aquela figura? Voltei no tempo, no passado em que não exercia o meu poder crítico para não magoar as pessoas, pensei e resolvi não colocar no trabalho os escritos dela pensando talvez que ela não iria dar pela falta, ledo engano o meu. A figura avançou que nem uma louca em cima de mim parecia que queria me bater, apontou o dedo nas minhas fuças e me inquiriu diante da professora responsável por este trabalho o porquê de eu não ter acrescentado o parágrafo dela. (será se esse “porque” é junto e acentuado?). Rsrsr!

Eu que queria protegê-la, não machucá-la e preservar também nosso trabalho de graves erros e a professora que eu amo tanto bem ali na minha frente, eu fui às raias da loucura e finalmente explodi: “eu não ia colocar esse parágrafo cheio de erros de português no nosso trabalho”... Foi bem pior do que está sendo relatado neste momento, levando-se em consideração caras, bocas e trejeitos associados a momento de intensa fúria.

Claro que nossa grande mestra contornou a situação de uma maneira amistosa, maleável, profissional e amiga. Com o passar do tempo essa minha colega cresceu, a transformação dessa criatura foi a alhos vistos, até hoje os professores comentam que ela era um diamante bruto e passou por um processo de lapidação, a apresentação do TCC dela foi um grande sucesso e enorme demonstração de superação. Fico feliz com esse desfecho.

Depois, em outros setores de minha vida pude perceber o quanto o consumidor está exigente, fui vendo coisas aos poucos, às vezes saía com amigas que comigo pareciam bem legais. Mas, se iam a determinados restaurantes, bares ou outros locais públicos sempre tinham algo a reclamar. Era mais ou menos assim: a capa que cobre a cerveja está estalada; a fumaça do churrasco está vindo em nossa direção; a comida está demorando; o garçom passa uma vida para vir atender; a farofa foi insuficiente; eu só tomo se for coca cola se não for não fico neste lugar; teve até uma vez em que tivemos que nos levantar do recinto porque a tal da coca cola era cinquenta centavos mais cara do que de costume...

Bem, com todas essas chatices e frescuras, eu fiquei pensando assim: deve haver algo de muito errado comigo. Não devo ser crítica o suficiente, pois, não vi nada de errado nos estabelecimentos e casos citados acima. Um dia até comentei com minha mãe que pessoas assim são geralmente pessoas que frequentam um curso superior e se tornam assim para aparecer ou coisa parecida. E eu estava fazendo aquilo que sempre quis na minha vida: um curso superior, mas, não queria me tornar uma criatura chata a esse ponto.

Um dia, em uma de minhas viagens costumeiras de inicio de ano em janeiro, percebi que minha amiga, estava um tanto pior no que concerne a suas atitudes críticas em relação a qualquer produto ou serviço adquirido por ela. Esta pessoa sempre deixou bem claro que éramos amigas e que, portanto, teríamos confiança para dizer certas coisas uma para outra... Só que a coisa não funciona bem assim. Quando se fala tudo é possível, porém, quando se ouve... Ai, ai, ai a coisa pega, as pessoas gostam de dizer, mas de ouvir jamais, rsrsr!!

Havíamos marcado o almoço com os garçons da pousada para meio dia em ponto, sabe como é nesses lugarejos de interior, eles não querem pressa para nada. Quando deu 11:45 minha amiga começou a perguntar se o almoço já estava pronto...Dai, em diante, eu não aguentei e de certo modo disse a ela que ela cobrava demais das pessoas quando estas estavam prestando-lhe algum tipo de serviço, ou seja, quando tinha dinheiro envolvido.

Eita que foi um pára para acertar, minha amiga em princípio se sentiu ofendida, chorou, esperneou, foi para o quarto conversar em particular com o esposo, depois voltou com cara de menina levada, pedindo desculpas e dizendo que aquilo a havia magoado porque eu não fora a primeira pessoa que dissera aquilo a ela. Que realmente ela tinha que se policiar, mas que ela era desse jeito e não podia mudar...


                                                    Foto da internet

Eu disse a ela que eu não era comerciante nenhuma, e que, portanto, não ia nunca vender nada a ela e por isso como amiga alertei-a... Entretanto, o que ela me disse na hora da raiva fora muito mais grave, ela feriu a nossa amizade profundamente dizendo algo relacionado à nossa amizade na raiz e que eu não esquecerei... Por isso seu pedido de desculpas.

Tornei a encucar, será que não sei ser crítica? Mas lembrei da bondosa professora que presenciou a nossa fúria em sala de aula... Minha grande mestra, professora Socorro, um dia, fora de qualquer confronto, estava eu conversando sobre a futura profissão para qual eu estava estudando, estava com muitos questionamentos. Em meio a estas conversas um tanto profissionais a minha professora me disse que eu era uma pessoa com alto poder de criticidade, eu nunca esqueci isso... O modo como ela colocou demonstrou que esse fato era favorável em minha pessoa e muito contribuía para que eu fosse avante à caminhada.

Até hoje, ainda não compreendi muito bem a minha amada mestra, como eu sou crítica? Já frequentei muitos lugares, do luxo ao lixo, restaurantes então, nem se fala, do top de linha até a ponta de estoque, sei reconhecer de longe quando uma comida é realmente boa, afinal sou cozinheira, mas, não me lembro de alguma vez ter criado algum mal estar por não gostar de alguma coisa. Costumo a dizer para os meus parentes e amigos que quando não gosto de determinado local jamais volto lá. Sim esse e meu posicionamento, não volto mesmo, a casa perde o cliente...Então, como eu sou crítica?

Eu já começo a entender, mas, não sei explicar, não sei colocar as palavras, quem sabe este texto explica por si só o meu modo de ser, de agir e ele sim, responde o grau de meu poder de criticidade ante as “situações” e “situações” do mundo.



P.s: primeiro escrevi o texto, já com ele escrito pesquisei uma foto na net!
Patrícia Ventura

Texto escrito em 07/04/2012

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O MAIOR SHOW DA MINHA VIDA (Escrito para o site bolsa de mulher em resposta a uma pergunta)

Eu acredito que a cada dia que se vive acrescentam-se pequenos shows diários à nossa vida, muitas vezes são realmente muito pequenos, entretanto, transbordam a taça de nossas vidas de muitas satisfações e alegrias, para mim, por exemplo, acordar no meio de uma metrópole com carros para todos os lados e da janela de meu dormitório ouvir os pássaros a cantar, confesso que é muito gratificante... Porém, o maior show da minha vida começou quando eu estava grávida de 2 meses e já nem conseguia me virar de um lado para outro em minha cama, o peso era intenso e a barriga era muito pequena, eu achava aquilo muito estranho, como na família de meu marido havia ocorrido caso de gestação gemelar fiquei contrita que o caso estava se repetindo comigo.
Ao me queixar para a ginecologista, em uma das consultas rotineiras de pré natal, a amável doutora pediu um exame de ultra som que logo comprovou que eu estava grávida de duas crianças, ao que o médico que realizou o referido exame bradou: “Suas crianças serão parecidas como dois irmãos, mas nunca como gêmeos”. Eu fiquei em polvorosa, rsrsrs, ei esta palavra existe?! Rsrsrs!! Depois fui saber que eram gêmeos bivitelinos, ou seja, placentas diferentes, ou duas placentas... Isto, porém, pouco me importava o que realmente gritava dentro de mim é que apesar de tratar muito bem uma criança e me preocupar com elas de um modo geral e até mesmo me perturbar se vejo que algo não está de acordo para uma criança, acredito que tenho pouca paciência para aturar certas chateações no dia a dia, isto porque tenho preferências por um monte de coisas, tenho certas atividades, as quais, uma criança me importunaria e ainda mais eu já tinha um filho de quatro anos...
O peso já não me preocupava porque eu já conhecia o motivo, comecei  a rezar para que minhas crianças nascessem bem e com saúde, fiz todos os exames adequados e tive uma saúde de ferro, tirando os costumeiros enjôos que já eram velhos conhecidos da primeira gravidez o resto que senti foi muito pouco para tamanha alegria.
Depois de algum tempo descobrimos através de ultra som que eram duas meninas, Deus mais uma vez, cúmplice dos meus desejos arquitetou seus planos de acordo com aquilo que eu realmente queria, lembro ainda quando brincava de boneca dizendo que uma de minhas filhas nas brincadeiras de minha meninice se chamava Kit... Alguém se lembra dessa bonequinha minúscula?
Sabíamos que elas nasceriam em maio, qualquer dia maio, seriam geminianas para contrastar com o meu signo, não entremos nestes detalhes sórdidos rsrsr! Então decidi marcar a minha cirurgia para o dia 24 de maio, esta data era o aniversário de minha querida e saudosa avó que na época ainda era viva, minha avó faleceu com 92 anos...
Minhas filhas nasceram com dois quilos novecentos e cinqüenta gramas (Paola) e dois quilos oitocentos e cinqüenta gramas (Louise), atualmente estão com quase 22 anos e a minha maior satisfação foi poder vê-las bem de saúde nos braços da enfermeira, esta cena gerou uma foto muito bonita que tenho até hoje, infelizmente não a tenho scaneada, ainda é foto impressa, lembram disso? Rsrsrsr!!
Elas são lindas e encantadoras e representam junto com meu filho mais velho e minha filha mais nova de 14 anos o maior show da minha vida...!

quinta-feira, 29 de março de 2012

UM CASO VERDADEIRO

Eu tinha acabado de entrar na faculdade quando conheci a personagem principal desta história com H mesmo...Mas, ela não era de minha faculdade, conheci nesse momento, entretanto, em um outro local ...Passaram-se 4 anos, nunca mais vi esta pessoa, atualmente, compreendo ainda melhor o que ela passou e como sempre falo para parentes e amigos "tive que fazer um curso superior para aprender a conhecer o animal humano"...




Foto da internet (animal humano)

Eu acredito que as divindades superiores estavam hoje me testando, brincando comigo ou até mesmo me colocando à prova, eu que nessa vida corrida não tenho tempo para nada, da cama, para a cozinha, depois para o trânsito, para os afazeres externos, para os filhos, para os trabalhos da faculdade, para minha família e principalmente para a net (risos) tive hoje que ouvir uma história de vida triste e marcante de uma jovem negra que por algumas vezes saiu de sua turma da faculdade por motivos de brincadeiras de mau gosto para com ela, por ela não ter jogo de cintura para superar tais misérias desses falsos colegas, na verdade ela acreditou nessas amizades supérfluas, nessas caras cínicas que usam a ética para iludir, ludibriar criaturas sensíveis. Filha única, criação à moda antiga, católica praticante, vinte e oito anos, uma vida inteira pela frente, sofrendo com problemas existenciais, se entupindo de medicamentos pesados passados pelo psiquiatra, essa pessoa viu em mim, um porto seguro, uma ajuda e por quê? Sim, já passei duros momentos, já fui para os remédios, natural é claro, para as análises, hoje sei que tudo ajuda, mas devemos realmente, acreditar, primeiramente, em Deus, depois em nós mesmos. No meio dessa correria ao sair do inglês, tentei contribuir para que essa frágil criatura se sentisse um pouco melhor, na verdade eu me vi nela, se eu tivesse o azar (porque tudo que DEUS faz é bom) de ir para uma faculdade com tenra idade, talvez tivesse passado igual ou pior do que ela, e olha que não sou negra.

O que será que eles pensam? Que são melhores do que os outros... Vão morrer e apodrecer debaixo da terra igual a mim, igual a você, igual a todos... Nada há de diferente.

Conheço uma professora que me deu um testemunho que de uma turma de setenta acadêmicos, apenas trinta concluíram o curso e ela no decorrer dos anos passados na academia conseguiu fazer apenas duas grandes e verdadeiras amigas, por isso sempre digo: colegas têm muitos, amigos? Direi-te daqui a três anos, muitos são os colegas, amigos serão ou não.

Disse à minha amiga que ela é muito bonita, inteligente, sincera (principalmente, “sincera”, coisinha difícil hoje em dia), e que ela não deve perder tempo com essas picuinhas, viver a vida dela, deixar falarem, se fortalecer espiritualmente, moralmente e fisicamente, deixar aflorar aquele lado meio “sacana” e fazer também aquela carinha falsa costumeira que eles sabem fazer muito bem e ir levando pensando nas ações geradas em seu próprio beneficio.

Fui mais além, ensinei chás para que ela conciliasse o sono, administrei exercícios respiratórios e incentivei que ela procurasse gerar pensamentos positivos, induzi que antes de pegar no sono ela produzisse imagens positivas na mente, principalmente, imagens envolvendo a sua chegada na nova turma da faculdade, sempre cumprimentando, dando bom dia, boa tarde ou boa noite conforme o caso. Imagens não só retratando isto, mas também um monte de outras coisas boas em beneficio próprio.

Confesso que a muito eu não ajudava realmente um ser humano, sinto-me aliviada, isso foi real, aconteceu, a minha vida corrida, me permitiu que eu me doasse, sei que sábado que vem vou ouvir outra história, e esta desta vez sem os fantasmas da depressão atrapalhando uma vida que tem potencial para ser feliz.




terça-feira, 27 de março de 2012

A RESPEITO DO FILME DO COMEÇO AO FIM

Esse filme relata o homossexualismo com muito amor e carinho, mostra o lado bonito e sentimental, mostra respeito entre as pessoas...


Foto da internet


O filme se passa num ambiente feliz, algo muito longe de ser degradante, de caráter polemico porque vai suscitar um mundo de opiniões diferentes e divergentes, sempre pareceu-nos que qualquer pessoa que se enveredasse por caminhos considerados confusos pela sociedade, fosse criaturas que vivessem a margem num ambiente promíscuo, o que não se concretiza no filme, muito pelo contrário, o ambiente é bom, belo e saudável.

De acordo com nossos valores morais e nossa idade, porque isto pesa bastante, (a moral muda conforme o tempo, algo que era considerado tabu lá passado, no momento presente é tido como a coisa mais normal do mundo), entretanto, pessoas mais idosas ainda preservam certos valores porque às vezes não conseguem acompanhar os avanços. Pensa-se que o diretor ao mostrar dois temas polêmicos, quis realmente suscitar as controvérsias, e a nosso ver pode-se muito bem aceitar a homossexualidade, desde que casais mantenham o devido respeito nas presenças de pessoas e deixem as intimidades para a alcova, a fim de que não haja a agressão a ninguém, pois existem pessoas que se sentem agredidas ao presenciarem tais cenas.

Acredita-se que o outro tabu que o filme expressa é muito forte, a questão do incesto, embora antigas civilizações já praticassem o ato para que houvesse a povoação do mundo e o crescimento das famílias, no caso do filme torna-se forte e pesado por serem irmãos. Se fossem primos ou tio e sobrinha não seria muito pesado. Não podemos concordar com este ato, acredita-se que quando surge um filme ou uma novela abordando um fato é porque o mesmo já está acontecendo dentro de nossas casas e de nossas famílias, entretanto, não podemos deixar de pensar que este poderia ser veículo indutor das mentes infantis e pouco maduras e assim arrastar muitas de nossas crianças para a prática tais atos.

Nossa opinião se embasa, metaforicamente, naquele velho bordão que sempre dizemos quando algo dá errado “se não tivesse ido, não teria acontecido...” Acreditamos que jamais assistíramos a este filme com filhos ou netos ao lado... Entretanto, se os personagens fossem nossos amigos não abandonaríamos a amizade por causa disso, não pretendemos suscitar preconceitos, apenas valorizar aquilo que moralmente acreditamos.


segunda-feira, 26 de março de 2012

ANÁLISE DO FILME O PONTO DE MUTAÇÃO ASSISTIDO EM CLASSE

Este filme é "um papo cabeça", três amigos em uma ilha discutem os problemas mundiais da sociedade moderna, duas linhas de pensamento são colocadas: a visão mecanicista de Descartes e a visão holística...


O Professor Mário Beni, defende o SISTUR, sistema de turismo, analisado e explicado na integra no livro “Análise Estrutural do Turismo”, e para ele sistema é “um conjunto de partes que interagem de modo a atingir um determinado fim, de acordo com um plano ou principio; ou conjunto de procedimentos, doutrinas, idéias ou princípios logicamente ordenados e coesos com intenção de descrever, explicar ou dirigir o funcionamento de um todo”.


A priori, a teoria dos sistemas pode parecer ao leigo complicado e por conta disso a professora Socorro Almeida numa feliz, maravilhosa e inteligente tentativa de explicar aos discentes tal conceito, passou em classe o interessantíssimo filme, Mindwalk, o ponto de mutação.


Ao se falar de visão sistêmica, remete-se a idéia de visão holística, não podendo haver fragmentação, deve-se olhar a questão como um todo, este é o propósito do SISTUR de Mário Beni e este é o discurso abordado no filme O ponto de mutação pelos três personagens. No filme a personagem central ao abordar os problemas do mundo, aponta também as soluções, que não serão ações isoladas direcionadas a um só nicho ou segmento, mas, sim ações direcionadas a todas as partes de um todo para tratar o problema na raiz.


Fazendo-se uma analogia com o tratamento de homeopatia bastante utilizado por algumas pessoas, poder-se-ia dizer que a mesma não trata a doença, mas, sim, o doente e se este aparece com uma gastrite, o tratamento irá buscar as causas e irá tratar o paciente como um todo. No filme a cientista citou um exemplo da pessoa que adoeceu e que se este tivesse tido uma alimentação saudável provavelmente teria curado o mal na raiz, semelhante ao tratamento homeopático.


O filme se passa em 1990, época que a consciência ecológica era tida como pensamento de fanáticos, nos vários discursos dos três amigos observa-se referencia sobre o desmatamento da Amazônia, a criação de gado com finalidade de pagamento da divida externa, o grande numero de mortalidade infantil no mundo, bem como o efeito estufa que ocorre no planeta.


Dos dois amigos da cientista, um foi candidato a presidência dos EUA e o outro é escritor (poeta), algumas falas do filme serão transcritas aqui, entre aspas, para um melhor entendimento deste pensamento.


Talvez para contrastar com os diálogos sérios que o filme expõe, ou até mesmo para mostrar um belo cenário fazendo alusão de que um dia toda esta beleza cênica pode ficar comprometida, o cenário físico é paradisíaco, é uma maravilhosa ilha chamada de Mont Saint Michel, localizada na costa da França, num pitoresco castelo medieval, no entorno uma paisagem que recebe influencia das marés.


Não há romance, ação ou suspense, apenas os discursos dos três amigos que muito contribuem para a formação de um novo pensamento para a solução das questões problemáticas do planeta.


Baseado no filme percebeu-se que o que a Dra. Sônia Hoffman quis dizer que o mundo necessita de uma nova visão, algo que funcione num sistema, onde um conjunto de partes está se inter - relacionando o tempo todo de modo dinâmico e criativo, de forma coesa e coerente, objetivando um final favorável para o todo. Dentro desse sistema as relações são o ponto chave, quando acontece algo e isto quebra, põe em risco todo o sistema.


A Dra ainda relata que “a teoria dos sistemas é pura ciência que pensa nos princípios da organização visando o bem estar do todo”, deste modo avançando no raciocínio pode-se afirmar que dentro do turismo o SISTUR do Professor Mário Beni é uma ferramenta para se atingir a sustentabilidade apoiado num tripé de equidade social, crescimento econômico e equilíbrio ecológico. Como todo esse pensamento é muito recente, a Dra Sônia ressalta no filme que “responsabilidade, ética e moral não eram discutidos antes nas universidades...”


Pode-se acrescentar que a cientista explica a teoria dos sistemas no filme através de parábolas, nada que seja irreal tudo com base em conhecimentos biológicos e científicos, o que se percebe num determinado momento em que ela descreve o modo como uma árvore se sustenta, ou mesmo quando ressalta as teorias da física.


A grande questão que faz a diferença a todo o momento no filme é a teoria das relações, que se faz presente em todas as explicações da doutora, e a auto organização baseado num padrão, (um padrão para cada sistema em particular) assegurando que o êxito para o resultado satisfatório em todos os exemplos citados no filme, mantendo a coesa inter relação entre as partes de cada sistema, promovendo a finalidade desejada.


Deste modo mais uma vez fazendo alusão com o Sistema de Turismo, observa-se que a benfeitoria terá que satisfazer um todo numa cadeia de relações coerentes e coesas, o que irá proporcionar a sustentabilidade da atividade em todos os nichos.


Em todas as “falas” da cientista observa-se uma intensa preocupação com populações futuras, com o acelerado e “obsessivo crescimento” e aponta as soluções para os problemas do planeta na nova visão holística, onde tudo se renova mediante a aplicação da teoria dos sistemas. E uma das “falas” que retrata de modo coerente a situação é: “todos os problemas são fragmentos de uma só crise...”



domingo, 25 de março de 2012

MINHA ANÁLISE DO LIVRO O PODER DA ESPOSA QUE ORA

Este relato sobre esse livro escrevi há algum tempo atrás, claro que a cada dia mudamos, jogamos o nosso lixo espiritual na lixeira e nos renovamos a cada dia e, por esse motivo é possível que alguns pontos desta minha opinião sobre esse livro tenha mudado, entretanto, eu quis mostrar o texto original...Assim, quando escrevemos e registramos, algum tempo depois poderemos verificar o quanto mudamos, o quanto nos transformamos, o quanto nos lapidamos avançando rumo a caminhos construídos sob o alicerce da dor e da alegria culminando no contínuo aprendizado gerando amadurecimento e clareza de alma e espírito, portanto, avancemos...Mas fica o registro de meu texto escrito há um tempo anterior:




Ao lermos o livro “O Poder da Esposa que Ora” (STORMIE O MARTIAN, 1998), podemos concordar com alguns pensamentos e discordar de outros, numa análise pessoal, embasada em vivências particulares, entretanto, demonstra-se que estamos em total comunhão com a idéia central da obra que relata que a oração vence e quebra todas as dificuldades encontradas ao longo do caminho dos seres humanos, ao longo de todas as experiências trocadas e, principalmente, em se tratando de relacionamento a dois.

O maior problema que enfrentei em nosso casamento foi o gênio de meu marido. Eu e as crianças éramos os únicos objetos da sua ira. Ele usava palavras como armas que me deixavam aleijada e paralisada. Não estou dizendo que eu não tinha culpa, pelo contrário, tenho certeza de que era tão culpada do que ele, mas eu não sabia o que fazer a respeito. Suplicava a Deus regularmente que tornasse meu marido mais sensível, menos zangado, mais agradável, menos irritante, porém vi poucas mudanças. Será que Deus não estava ouvindo?Ou¬ como eu achava¬ ele favorecia mais o marido do que a esposa?(STORMIE O MARTIAN, 1998)

Fico pensando, quantos casais passaram e passam por essa situação, todos os dias, todas as horas, no mundo inteiro, até mesmo eu já passei e ainda passo, geralmente não importa o grau de intensidade de quanto à mulher esteja certa, eles sempre pisam e ferem, se bem me lembro um dos mandamentos da Lei de Deus é amai-vos uns aos outros como eu vos amei, será que esse tipo de homem está amando dessa forma?

Por que sempre temos a impressão que estamos perdendo terreno, que a corda arrebenta do lado mais fraco, que os favorecidos são sempre os homens e que Deus parece estar do lado deles, é muito desagradável a pessoa saber que está certa, querer o bem do outro, tentar falar e em contra partida você recebe duras palavras, ofensivas ou até mesmo gritos, o ser humano enruga a testa, faz uma cara de mal, te aponta o dedo e quase sempre grita com você como se você fosse surda, e aí é que entra todo esse processo que a Stormie O Martian descreve muito bem no seu maravilhoso e muito bem escrito livro.

Acredito que essa super poderosa figura feminina deva estar muito preparada espiritualmente, essa maravilhosa criatura deve estar em comunhão com Deus, deve procurar caminhos independentes de religião para orar ao Pai e se fortalecer espiritualmente, é como se alimentar, deve-se ingerir determinada quantidade de líquidos e nutrientes para manter um corpo saudável da mesma forma fortalecer o espírito com orações para que quando o problema bater a sua porta você saber percorrer os caminhos a fim de que os mesmos sejam solucionados, então orar é preciso.

Há uns anos atrás uma senhora amiga me falou que a oração que fazemos é para nós mesmos e não para o outro, falei a ela que estava cansada de orar e pedir por meu marido e então ela me disse ore por você, a fim de que você possa suportar com animo e alegria determinada situação. Passei por muitos estágios desde então, sempre que posso rezo por mim, sei que sou ainda uma criatura indomável e que Deus precisa me colocar na coleira, se por determinados compromissos da vida perco duas ou três missas no decorrer do mês, sinto-me mal, sinto as forças fugindo e um mal querendo se instalar preciso do palpável, preciso do concreto, de estar num recinto, de freqüentar a missa, falo desta porque sou católica, nascida e criada, mas não tenho preconceitos com relação a outras religiões, por isso digo tenho ainda que ficar na coleira.

Diferentemente de outra amiga que se diz espiritualista, alguém que gosto muito, inteligentíssima, ela reza todos os dias e mantém um contato direto com Deus, até mesmo quando está no banho, esta pessoa para manter tal contato não precisa ir a igreja como eu preciso, ela mantém um canal aberto procurando ficar sozinha, consigo mesma, orando ao Pai e pedindo proteção, então vejo que cada ser humano deva proceder buscando o que melhor lhe convier.

Voltando ao livro da Stormie, O Martin, (1998 p.28) a mesma relata que no principio sua oração favorita era de três palavras: “ó Senhor transformar-o”. Aos poucos Deus foi mostrando a ela que a verdadeira oração seria: “Transforma-me Senhor”. Isso porque segundo Stormie O Martin, (1998 p.29)” a ferramenta mais eficaz para transformá-lo pode ser a sua própria transformação. Como nos transformar se achamos que estamos certas? Somos pacientes, fiéis, boas mães, boas donas de casa, sabemos administrar o nosso lar economicamente falando, queremos o bem deles, poxa isso é inaceitável, eles chegam bêbados, mal cheirosos, gastam todo o dinheiro do orçamento familiar, gritam com a gente e nós temos que nos transformar brincadeira!

Outro dia estive filosofando com uma amiga, falávamos que quando o ser humano atinge determinada idade madura, principalmente, mulheres, gostamos de fazer coisas que não fazíamos antes, o medo de morrer faz isso com a gente, a exemplo, conheço alguém que não gostava de cozinhar e agora perto de completar meio século de vida, está elaborando belos e maravilhosos pratos, eu modéstia a parte simplesmente amo a culinária e fazer trabalhos manuais e diversos outros tipos de trabalhos já passaram por mim, atualmente faço faculdade de turismo, penso o que será que me aguarda?Talvez eu deva orar a Deus pela minha transformação a fim de tocar o coração do dito cujo. É a única coisa que ainda reluto.

Ai como isso é difícil, eu gostaria de soltar um baita palavrão aqui e agora, porém, sei que o caminho é a oração, Só que ainda não estou preparada para me transformar. Esse “transformar” está diretamente ligado a se “calar”, “fazer vista grossa”, “fazer que não ver”, confesso que isso é muito difícil para mim, porque eu vejo e vejo muito mais do que outros.

Para Stormie O Martin, (1998 p.44) “a perda de respeito parece preceder a perda de amor e é mais triste para o homem do que pensamos. As conseqüências podem ser muito sérias”. Se para eles respeito é importante, e para nós? Não merecemos ser respeitadas, a eles é concedido o direito de nos desrespeitar, entretanto, nós temos que respeitá-los sempre, que coisa injusta, sem cabimento, também somos seres humanos, temos direitos iguais, nessa hora penso de que lado Deus está? Claro que compreendo que a falta de respeito destrói qualquer relação, mas, penso que deva existir direitos de igualdade.

Mais uma vez para Stormie O Martin (1998 p. 44), ”ela não deve humilhar o esposo por mais que pense que ele o mereça. O preço é alto demais”. E nós podemos ser humilhadas? Teremos que calar, fazer vista grossa para humilhações masculinas? Submeter-nos a ouvir coisas que nos são desagradáveis, sem retrucar, como fica nossa auto-estima? Como sobreviver a esses turbilhões emocionais?

Até acredito que nos fortaleceremos com as orações, mas será que calar e fazer vista grossa para certas atitudes masculinas de nossos maridos não irá contribuir para o aparecimento de certas doenças em nosso psicológico? Doenças que se materializam no corpo... Bem, é aquela velha história se correr o bicho pega se ficar o bicho come...

Michael prometeu estar em casa para o jantar e dez minutos depois de o jantar estar pronto, telefonou para dizer que ia trabalhar até tarde e comeria com os colegas. Aprendi finalmente que não adiantava ficar zangada, magoada ou ressentida. Isso só piorava as coisas. (STORMIE O MARTIAN, 1998).



E se fosse o inverso, a mulher telefonaria avisando que por motivo de trabalho não iria jantar em casa? Como o senhor todo poderoso agiria?Iria virar um menino tolo e mimado, infantil e ter chiliques do tipo não me toques que me desafinas... E ao encontrar com a pessoa objeto de sua ira, iria descarregar um amontoado de palavras agressivas ou fazer caras e bocas demonstrando sua insensatez, arrogância e presunção... E a nós, O que nos cabe?

Segundo Stormie (1998 p. 42) “não adiantava ficar zangada, magoada ou ressentida. Isso só piorava as coisas”. Então vamos dar uma de mulher maravilha, é isso mesmo que nós somos, muito embora não usemos o uniforme, vamos calar e orar, fechar os olhos, fingir que está tudo bem, sorrir, vestir a melhor roupa, fazer a melhor comida, esconder nossas emoções, fingir, burlar, ficar mal por dentro para deixar o “bonito” bem, aliás, quando não se tem nada a perder e que a relação já tem mais de 26 anos e você precisa de uma companhia, fortaleça-se espiritualmente, proteja as suas emoções, delete ou nem tome conhecimento do que lhe desagrada e viva a vida, confie em Deus e pé na chapa, um dia um dia...