segunda-feira, 26 de março de 2012

ANÁLISE DO FILME O PONTO DE MUTAÇÃO ASSISTIDO EM CLASSE

Este filme é "um papo cabeça", três amigos em uma ilha discutem os problemas mundiais da sociedade moderna, duas linhas de pensamento são colocadas: a visão mecanicista de Descartes e a visão holística...


O Professor Mário Beni, defende o SISTUR, sistema de turismo, analisado e explicado na integra no livro “Análise Estrutural do Turismo”, e para ele sistema é “um conjunto de partes que interagem de modo a atingir um determinado fim, de acordo com um plano ou principio; ou conjunto de procedimentos, doutrinas, idéias ou princípios logicamente ordenados e coesos com intenção de descrever, explicar ou dirigir o funcionamento de um todo”.


A priori, a teoria dos sistemas pode parecer ao leigo complicado e por conta disso a professora Socorro Almeida numa feliz, maravilhosa e inteligente tentativa de explicar aos discentes tal conceito, passou em classe o interessantíssimo filme, Mindwalk, o ponto de mutação.


Ao se falar de visão sistêmica, remete-se a idéia de visão holística, não podendo haver fragmentação, deve-se olhar a questão como um todo, este é o propósito do SISTUR de Mário Beni e este é o discurso abordado no filme O ponto de mutação pelos três personagens. No filme a personagem central ao abordar os problemas do mundo, aponta também as soluções, que não serão ações isoladas direcionadas a um só nicho ou segmento, mas, sim ações direcionadas a todas as partes de um todo para tratar o problema na raiz.


Fazendo-se uma analogia com o tratamento de homeopatia bastante utilizado por algumas pessoas, poder-se-ia dizer que a mesma não trata a doença, mas, sim, o doente e se este aparece com uma gastrite, o tratamento irá buscar as causas e irá tratar o paciente como um todo. No filme a cientista citou um exemplo da pessoa que adoeceu e que se este tivesse tido uma alimentação saudável provavelmente teria curado o mal na raiz, semelhante ao tratamento homeopático.


O filme se passa em 1990, época que a consciência ecológica era tida como pensamento de fanáticos, nos vários discursos dos três amigos observa-se referencia sobre o desmatamento da Amazônia, a criação de gado com finalidade de pagamento da divida externa, o grande numero de mortalidade infantil no mundo, bem como o efeito estufa que ocorre no planeta.


Dos dois amigos da cientista, um foi candidato a presidência dos EUA e o outro é escritor (poeta), algumas falas do filme serão transcritas aqui, entre aspas, para um melhor entendimento deste pensamento.


Talvez para contrastar com os diálogos sérios que o filme expõe, ou até mesmo para mostrar um belo cenário fazendo alusão de que um dia toda esta beleza cênica pode ficar comprometida, o cenário físico é paradisíaco, é uma maravilhosa ilha chamada de Mont Saint Michel, localizada na costa da França, num pitoresco castelo medieval, no entorno uma paisagem que recebe influencia das marés.


Não há romance, ação ou suspense, apenas os discursos dos três amigos que muito contribuem para a formação de um novo pensamento para a solução das questões problemáticas do planeta.


Baseado no filme percebeu-se que o que a Dra. Sônia Hoffman quis dizer que o mundo necessita de uma nova visão, algo que funcione num sistema, onde um conjunto de partes está se inter - relacionando o tempo todo de modo dinâmico e criativo, de forma coesa e coerente, objetivando um final favorável para o todo. Dentro desse sistema as relações são o ponto chave, quando acontece algo e isto quebra, põe em risco todo o sistema.


A Dra ainda relata que “a teoria dos sistemas é pura ciência que pensa nos princípios da organização visando o bem estar do todo”, deste modo avançando no raciocínio pode-se afirmar que dentro do turismo o SISTUR do Professor Mário Beni é uma ferramenta para se atingir a sustentabilidade apoiado num tripé de equidade social, crescimento econômico e equilíbrio ecológico. Como todo esse pensamento é muito recente, a Dra Sônia ressalta no filme que “responsabilidade, ética e moral não eram discutidos antes nas universidades...”


Pode-se acrescentar que a cientista explica a teoria dos sistemas no filme através de parábolas, nada que seja irreal tudo com base em conhecimentos biológicos e científicos, o que se percebe num determinado momento em que ela descreve o modo como uma árvore se sustenta, ou mesmo quando ressalta as teorias da física.


A grande questão que faz a diferença a todo o momento no filme é a teoria das relações, que se faz presente em todas as explicações da doutora, e a auto organização baseado num padrão, (um padrão para cada sistema em particular) assegurando que o êxito para o resultado satisfatório em todos os exemplos citados no filme, mantendo a coesa inter relação entre as partes de cada sistema, promovendo a finalidade desejada.


Deste modo mais uma vez fazendo alusão com o Sistema de Turismo, observa-se que a benfeitoria terá que satisfazer um todo numa cadeia de relações coerentes e coesas, o que irá proporcionar a sustentabilidade da atividade em todos os nichos.


Em todas as “falas” da cientista observa-se uma intensa preocupação com populações futuras, com o acelerado e “obsessivo crescimento” e aponta as soluções para os problemas do planeta na nova visão holística, onde tudo se renova mediante a aplicação da teoria dos sistemas. E uma das “falas” que retrata de modo coerente a situação é: “todos os problemas são fragmentos de uma só crise...”



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