quarta-feira, 23 de maio de 2012

Minha Graduação x Descontentamento



Bem, desde menina sempre gostei muitíssimo de estudar, enquanto as crianças de minha idade iam empurradas para a escola eu ia feliz da vida. Sonhava em ser uma pessoa independente, possuir uma profissão, galgar mercado de trabalho e quando alguém me perguntava o que eu queria ser na vida, vinha logo logo a resposta: “professora”...
Por causa do casamento e filhos e tantas outras coisas que vieram primeiro o sonho da faculdade foi se distanciando cada vez mais e depois de tantas algúrias em minha vida, em 2008 eu passei no vestibular da Faculdade de Belém - FABEL para o curso de Turismo. Foi simplesmente, maravilhoso, até mesmo as desavenças dos colegas e para com os colegas, os trabalhos em equipe, os mestres, as viagens que fizemos a trabalho, tudo foi muito bom e proveitoso. Acostumei a dormir muito tarde por causa dos extensos trabalhos, tenho muita produção acadêmica arquivada, tirei 10 em diversas provas, conclui com êxito o curso e ganhei a amizade e o respeito de meus professores. Eu tinha acabado de perder meu pai, estava sem perspectiva de vida, tinha acabado de perder o meu comércio que fora o ramo em que trabalhamos eu e meu marido por mais de 20 anos... Mas, Deus foi supimpa, maravilhoso, extraordinário e me proporcionou aquilo que eu mais queria na minha vida: possuir um curso superior.
Nesses 4 anos de curso muita coisa boa aconteceu, eu amei cada momento, tudo de bom que aconteceu foi no campo de meu crescimento pessoal. Amei cada trabalho, ficava horas digitando trabalhos com mais de 80 laudas, os trabalhos em equipe eu fazia de “EUQUIPE” alguns conquistaram notas boas as minhas custas (estou falando sem falsa modéstia, mas, havia muita gente boa)... Não que eu soubesse sempre tudo, não era isso, apenas me dedicava...
No decorrer desse curso, muitas vezes ficávamos apenas três pessoas em minha casa, eu e duas filhas e o serviço doméstico era pouco e ia dando para conciliar tudo...
Participei de mais de 500 horas de palestras para compor carga horária de atividades complementares, li pilhas de papeis, mas, nada disso foi chato para mim, muito pelo contrário, me sentia jovem e feliz. Para vcs terem uma ideia a minha roupa é sempre a mesma e quando eu ia para a faculdade eu me sentia mais bonita rsrsr...Parece coisa de louco, não parece? Rrsrsr!!
A todo custo eu tentava me enganar que eu queria somente o diploma, minha formatura foi no dia 04 de fevereiro deste ano, enquanto estávamos nos preparativos estava tudo bem, depois que aconteceu dei uma relaxada porque queria descansar, mas, algo me dizia que eu deveria enfrentar logo uma Pós Graduação enquanto o negócio estava quente para não esmorecer, v entendem?
Lá pelo quase finalzinho de curso uma colega que foi presidente do Sindicato das Domésticas em nosso estado me convidou para ser instrutora em um curso de Cozinheiro, todavia, as primeiras 100 horas eram aulas teóricas acerca de vários temas diferentes, como por exemplo: Lei Maria da Penha; temas transversais; Relações Interpessoais; Meio Ambiente; O Trabalho escravo no Brasil; DSTs e muitos outros... Foi um programa do governo e a instrutora tinha que seguir a apostila ofertada pelo MTE e Planseq... Bem, vcs não imaginam como foi maravilhoso, as alunas me chamavam de “Professora Patrícia”, os meus olhos enchiam de lágrimas de tanta felicidade e ainda enchem quando conto essa história a alguém, eu realizei um grande e inatingível sonho.
Depois, eu comecei a perceber que a minha área de turismo era muito técnica e que não combinava com o meu perfil, mas gostava do curso e não podia e eu nem queria mudar, pois, já estava para terminar. O que combinava mesmo comigo era sala de aula. As alunas gostaram tanto de mim que até hoje me mandam mensagens via celular, me encheram de presentes e, ainda teve outras instrutoras que ficaram meio indiferentes comigo por causa das alunas elogiarem as minhas aulas pelos corredores do Benjamim Constant, esse projeto foi realizado lá...
A pessoa que me colocou no projeto pegou os meus documentos e me colocou nessa. E dessa maneira, eu ainda não encontrei o “caminho das pedras” para me colocar no mercada sozinha. Eu gosto de verdade muito dela.
Depois, tomei conhecimento que mesmo na minha área eu poderia rumar pelo caminho da instrutoria e monitoria, fiz até um curso no SEBRAE/PA que essa dita colega me orientou, entretanto, enfrento um problema: NÃO SEI COMO ME COLOCAR EM MERCADO DE TRABALHO... Fico triste porque tudo é pistolão, amizade e coisas arranjadas, não somos uma família com muitos amigos nessas áreas, fomos comerciantes, portanto, nossos amigos são outros...Eu que pensava que ia me satisfazer somente com o diploma, pura ilusão, sinto minha vida vazia, não é falta do que fazer não, atividades existem, e muitas, mas, não são prazerosas como as que eu praticava na época da faculdade...
Tenho algumas “DOENÇAS” que aparecem de acordo com o meu estado de espírito, sei que ando atacada delas, são ditas “doenças emocionais”, tudo bem que o Esporão de Calcâneo está inflamado há quase três anos, mas, além dele eu sinto-me muito mal, dores pelo corpo todo e uma grande insatisfação. Posso fazer mil coisas no dia: artesanatos, comidas, saídas e um monte outras coisas, gosto de tudo isso, mas, acredito que só isso é pouquíssimo, não quero só isso...
Preciso ter uma ocupação profissional que me satisfaça e que me renda algum valor financeiro. Este último é importante, mas não é tudo.  Não passamos fome, temos tudo como uma família de classe média, somos simples e o fato de querer galgar um patamar profissional é meramente do ponto de vista de realização profissional, é importante para eu me sentir feliz,  gosto de me sentir útil e ao mesmo tempo possuir uma renda oriundo disso.
 Quando aprendemos algo não devemos querer aquilo somente para nós, temos que compartilhar o que sabemos. Eu ando angustiada por não estar exercendo a minha profissão, afinal foram 4 anos de gastos e estudos. Para mim somente possuir o diploma não tem sentido. O sentido maravilhoso de tudo isso é compartilhar o que foi aprendido e isso eu não estou fazendo e me consumo com isso. Encontrei uma amiga no Líder que já está se aposentando e ela me disse essas palavras... Todos têm necessidade de compartilhar o que SABEM, e isso é verdade. No meu caso, só quero trabalhar se o ramo for instrutoria/monitoria, é o que eu gosto! Mas, enquanto não vem, faço essas coisinhas do cotidiano... Se um dia vier foi à vontade de Deus e se não vier à mesma coisa.
Entretanto, fico triste, deixo a peteca cair, sinto dores, me martirizo, não sei onde buscar o que quero, não tenho amizades que me coloquem lá onde quero... E por ai vai o meu descontentamento...

SERÁ QUE VCS PODEM ENTENDER E AJUDAR...?


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