segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A EDUCAÇÃO: PROCESSO QUE NOS FAZ PENSAR

O tempo não para. Jamais se pode retroceder o tempo e vivenciar experiências não vividas... Algumas coisas mudaram e propiciou o acontecimento de experiências suaves que se não fossem as mudanças inexistiriam... Ainda assim certas experiências requerem que aconteçam no seu tempo certo, se é que existe tempo certo... O destino é camarada com alguns... E em certas coisas está sendo camarada comigo...
Ainda lembro-me de meu posicionamento de menina com relação a estudar e galgar uma profissão e mercado de trabalho, o estudo por si só já confere um quê de liberdade: liberdade de pensamentos, formulação de ideias, a gente aprende a pensar, a ter vida própria, através do aprendizado somos donos de nosso próprio destino, somos autores da peça de teatro chamada VIDA. Deixamos de ser fantoches ou marionetes... Como vai a educação no Brasil? Temos muitos bonecos brasileiros...? Deixemos de lado esse parâmetro, não é esse o foco deste texto, abriu-se esta laguna para acirrar o pensamento... Melhor dizendo apimentar mesmo...
Ainda era muito pequena e mesmo sem saber colocar muito bem as palavras havia uma certeza dentro de mim: queria estudar para ser livre... Livre para expor minhas ideias e opiniões, livre para viver a minha vida sem dar satisfações a uma sociedade medíocre e hipócrita... O desejo era tanto. Mas, lá no passado não aconteceu, hoje compreendo que foi por pura falta de informação e de pessoas que pudessem apoiar...
Que fato aflorou este texto? Ele fala de muitas coisas ao mesmo tempo, assuntos ligados entre si, denota a crítica e talvez um arrependimento momentâneo... Por que momentâneo? Não se dever curtir fossa por muito tempo, melhores momentos virão, sem dúvida... Contudo, quero imortalizar este momento...
Quem não viu a novela “Gabriela” em 1975, quem não se lembra da sociedade de época que a novela representava quem não se lembra dos temidos coronéis do cacau, quem não se lembra da hipocrisia daquela sociedade muito bem representada na obra do célebre e magnífico escritor Jorge Amado?
Milhões de brasileiros se lembram disso, “Gabriela” com toda a certeza foi sucesso nacional e internacional... Mas, alguém se lembra da personagem “Malvina”, naquela época muito bem encenada por Elizabeth Savala? Atualmente a Globo está com nova versão de “Gabriela”, grandes e bons atores atuando, maquiagem e vestuário condizentes com a época e até mais bonitos, mas, para quem assistiu da primeira vez ainda guarda na mente a fisionomia dos personagens que sofreram discriminação por conta da falsa moral e da hipocrisia vivida na década de 20 em Ilhéus na sociedade cacaueira.
Voltando aos personagens sofredores de Gabriela, observa-se “Lindinalva”, que depois de ficar órfão, sem dinheiro, despejada, ainda foi “desonrada” pelo noivo cafajeste...  Observa-se que faltou informação para esta pobre menina, a ingenuidade dela falou mais alto... Esta personagem, somente para informação, não estava na versão da novela em 1975, contudo, a discriminação sofrida por ela nos capítulos que já foram ao ar expressa muito bem a cara da sociedade da época...
Lembram-se da personagem “Malvina”? Ela quer completar seus estudos na cidade grande, provavelmente, em Salvador, Bahia... Ela é jovem e bonita (para mim até hoje ela tem a cara da Elizabeth Savala, mas está muito bem representada pela atriz Vanessa Giácomo). Mas, quem disse que esta jovem pode falar em estudos na casa de sua família... Ela lê muito e é muito antenada, até mesmo nas questões da moda, aliás, dentro deste patamar tudo pode na década de 20.
Todos na cidade dão as costas para Lindinalva, acreditam que ela fora a safada da história, somente Malvina, que nem a conhece consegue enxergar que o noivo da moça é que é um salafrário e cafajeste... Por que heim? A educação abre a mente das pessoas e as faz pensar...
Voltando a vida real... No inicio do texto falei que o destino tem sido camarada comigo e que as mudanças no mundo e no sistema que rege o mesmo me remeteram a algumas experiências... Algo que vivi muito recentemente: a entrada e a posterior conclusão de um curso superior, o sonho da minha vida, muitas noites indo dormir somente depois das 01h30min, infindáveis leituras, um TCC de quase 120 laudas (trabalho individual), reuniões com a equipe de trabalhos, 4 anos sem doenças, com muitas atividades diferentes, conheci muitas pessoas...Falo com muita alegria de tudo isso...
Paralelamente, a isso tudo que me aconteceu comigo, minha filha de 23 anos, que também passara no vestibular para outro curso diferente do meu, também viveu as mesmas coisas: formatura, colegas, fotos, placa de homenagem, animosidades com colegas, risos e festas... Adquirimos bagagens semelhantes... Com uma diferença: ela viveu no momento certo e tais bagagens darão respaldo para ela construir um futuro feliz para sua vida... E eu...? Eu colhi alguns frutos: ministrei um curso de Gestão de Trabalhos Turísticos em uma região praiana em meu estado, tinha 4 turmas aos sábados, 238 alunos no total, Letícia que era meu braço direito, me servia água e cafezinho, fiz grandes e boas amizades...Era comovente ver aquelas pessoas me chamando de “Professora”, passei mais de 40 anos para realizar tamanho sonho...
Mas, e agora? Vocês leitores devem estar pensando que sou uma noveleira... Negativo! Quando menina sim... Agora não há mais espaço para novelas na minha vida...
Estou jogada em uma cama há 4 com uma crise aguda de Bursite ou algo similar, só sei que a dor é infernal, é como se um prego estivesse sendo enterrado no meu braço e o reflexo se estende até o cotovelo, que piora pelo movimento...Chego a chorar de dor...Só me resta assistir TV...Mas, toda doença em mim tem um fundo psicológico...Sou muito dinâmica e ativa e quando tenho que parar por alguma enfermidade só falto pirar...As enfermidades vem exatamente para termos tempo de pensar o que está errado nas nossas vidas...
Injeções, comprimidos, gel e massagens, nada estão adiantando... Lá pelas 17h30min apliquei um emplasto de Salompas, a melhora em quase 30% foi quase que imediata... Corri para cá... Para o computador... Quero imortalizar este momento e celebrar o dia do escritor (25/07) com este texto...
Eu sei que coisas estão erradas há muito em minha vida... O que aprendi na jornada veio um pouco tarde em alguns campos... Tudo requer no momento certo... O tempo não para e não volta jamais...


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Sou partidária do pensamento de que o poder de criticidade ajuda o outro a melhorar, a crescer, bem como também sou a favor do trabalho em equipe. Penso que duas ou mais cabeças sempre pensam melhor...Por isso aceito críticas, sugestões, manifestações, entretanto, desejo que o façam de modo educado, com ética e respeito ao próximo...Não vedarei os comentários porque quero acima de tudo transparência, mas, desejo que as pessoas deixem aqui a sua identificação, grata...Patrícia Ventura.