Olá leitores,
Hoje vou falar um pouco deste pastel. Pastelzinho do Oliveira. Eu tinha por volta de meus 8 anos e frequentava a bucólica Ilha do Mosqueiro com meus pais. Tenho tantas histórias para contar desta época. No Ariramba, onde ficávamos haviam algumas moradoras bem idosas. Lembro do nome de uma. A dona Janoca. Parece que tem até uma ruela com esse nome. Lembro das histórias que minha avó, D. Moça, contava acerca da lenda da Matinta Pereira e a gente criança, aqui em Belém, não tínhamos medo. Mas ao irmos para o Mosqueiro parecia que a gente adentrava a floresta Amazônica. Parecia que lá a lenda era real. Ficávamos com muito medo, ouvíamos o xeque-xeque dos calangos verdes e azuis no telhado das casas e por cimas das folhas secas que caiam ao chão. O silêncio da noite era grande. O barulho das ondas do mar quebrando aquele silêncio fazia presença marcante no entorno das vivendas da beira da pista. Sempre ficávamos na Vivenda Nossa Senhora de Fátima , chalé antigo no Ariramba. Nossa criancice não nos permitia saber porque e como estávamos ali, entretanto, estávamos, então era hora de aproveitar. Circundando a nossa vizinhança, tínhamos um vizinho muito simples, bom, alegre, carismático, que viria se tornar famoso pelo delicioso pastel que comercializava e até hoje comercializa na bela ilha: o Sr. Oliveira.
Minha família muito amiga deste ilustre senhor. A gente criança só tem interesse para ir ao local quanto se tem um motivo tão atrativo e gostoso como esse. Nos meus cálculos estes fatos tem 42 anos. Idade que conheço e saboreio o Pastel do Oliveira.
O Sr. Oliveira foi convidado para o meu casamento, lembro-me até do presente que ganhei dele, há 32 anos, direto do túnel do tempo: uma bandeja grande de inox, que uso até hoje em minhas festas. Confesso que ia a Mosqueiro para aproveitar de tudo um pouco, mas, a ideia de comer o pastel era sempre a primeirona, tudo bem eu gosto de comer mesmo rsrs!!
Também lembro do Xavico, o filho do Sr Oliveira, éramos (somos) praticamente da mesma idade, com a diferença de um ano mais ou menos...Ainda lembro quando recebemos a noticia do falecimento do Seu Oliveira...
O pastel continuou na bela Ilha do Mosqueiro, tornou-se conhecidíssimo. Tenho 4 filhos, todos conhecem o pastel, a mais nova de 17 anos, a mais traquina, (diga-se de passagem) EXIGE todas as vezes que vai e já está a ensinar para a minha neta...Gosto de ver coisas superar décadas e gerações...Pode-se dizer que já faz parte da gastronomia turística de Mosqueiro.
O Xavico expandiu, inaugurou outras pastelarias na ilha e até mesmo aqui em Belém temos dois points onde podemos saborear a gostosura que se apresenta com recheio de carne e camarão, ao preço de $0,35 centavos a unidade...
Encontrei alguns sites na net que falam sobre isso:
https://pt.foursquare.com/v/pastelzinho-do-oliveira/4f806dc8e4b0e533ac47b875 (endereço em Belém)
Estive conversando com o Xavico recentemente, no endereço da Mundurucus e aproveitei para fazer as fotos e é claro saborear tamanha gostosura rsrsr....
Ah hoje entendo o que é lenda. E a Matinta Pereira é uma delas...Mas, o pastel é pura realidade e supera gerações...
Infelizmente a filha adotiva do Oliveira apos a sua morte patenteou a marca"Pastelzinho do Oliveira"' proibindo o Xavico de usar a marca.
ResponderExcluirEu nunca ouvi falar nessa história, pena!
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